Parar de fumar: há ajuda para quem quer uma vida sem cigarro
Mais que uma decisão importante, parar de fumar é um processo que traz benefícios para a saúde, a família e o futuro de todos. Prova disso é que, segundo dados do Ministério da Saúde o número de fumantes vem caindo nos últimos 25 anos no Brasil. No entanto, ocupamos o oitavo lugar no ranking mundial de número de tabagistas e largar o cigarro ainda continua sendo um desafio e tanto. Depois de 45 anos convivendo com o vício, o aposentado Bernardo Peixoto é um dos que hoje sente as vantagens de uma vida sem tabaco. Ele começou a fumar aos 15 anos e decidiu largar depois de uma tarde de trabalho em que ficou sem cigarros. “Fui fazer uma obra em uma casa e esqueci de levar meu maço e também não podia sair dali para comprar. Passei uma tarde pedindo cigarros aos que passavam na rua. Me senti constrangido e decidi parar”, recorda o conveniado da Help. Há 12 anos sem fumar, para Peixoto a atitude de parar trouxe grandes melhorias. “Antes eu vivia cansado e mal conseguia subir uma escada. Hoje, aos 71 anos, me considero saudável”, afirma. Além de saúde e disposição, abandonar a nicotina devolveu a ele a autoestima. “Trabalhei muito tempo em Curitiba e voltava para Florianópolis toda sexta-feira. Certa vez, um amigo pediu carona para a esposa e o filho voltarem a Santa Catarina, mas desistiu depois de saber que eu fumava durante quase todo o trajeto”, relata Peixoto. “O tabagismo afasta as pessoas. Com o tempo, voltei a sentir os cheiros e os sabores. O resultado foi incrível”, afirma. Para ele, essas situações foram suficientes para encarar a vida sem o hábito de fumar e não foi necessário recorrer a médicos ou remédios. No entanto, deixar de ser fumante pode ser muito difícil e trabalhoso para alguns e por isso há grupos de ajuda para aqueles que estão tentando. Uma das alternativas é o SAPSI - Serviço de Atenção Psicológica da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), que oferece o PCT (Programa de Cessação do Tabagismo). “São quatro sessões que duram até duas horas. Explicamos o que é a dependência e fazemos a verificação do humor dos participantes. Abordamos os benefícios de parar de fumar e incentivamos a troca de experiências e vivências entre os participantes. A ideia é que até o quarto encontro a pessoa tenha parado ou pelo menos agendado uma data para parar”, explica Maria Luisa Gouveia, estudante de Psicologia da UFSC responsável por conduzir um dos grupos junto com professores da universidade. Segundo ela, a maioria dos participantes já tentou largar o cigarro pelo menos uma vez e não conseguiu. Aprender a lidar com a frustração e incentivar a persistência também são atitudes desenvolvidas. “Os lapsos e as recaídas não podem ser encaradas como fracasso, mas sim como parte do processo de parada”, explica Louisi Cardozo, outra responsável por conduzir os grupos de apoio do SAPSI. Segundo as especialistas, os primeiros quinze dias são os mais difíceis por conta das crises de abstinência que causam desconfortos e alteração no humor da pessoa e é preciso ter em mente que os sintomas passarão. “É importante ter clareza de como o corpo e a mente vão reagir durante o processo de parada”, explica Louisi. Para os interessados, o SAPSI abre inscrições para o programa no início de cada semestre e é preciso ser rápido, pois a procura é muito grande. Os interessados podem obter mais informações sobre os grupos de ajuda no site da instituição, pelo e-mail vidasemcigarro.ufsc@gmail.com ou através dos telefones (48) 3721-9402 e (48) 3721-4989.